Crítica | Orgulho e Preconceito e Zumbis (Pride and Prejudice and Zombies)

Crítica | Orgulho e Preconceito e Zumbis (Pride and Prejudice and Zombies)

Orgulho e Preconceito foi publicado em meados de 1813 mas foi realmente finalizado em 1797, quando sua autora Jane Austen ainda não havia completado 21 anos. O romance navega em diversos temas como a educação – principalmente feminina –   moral e casamento na sociedade  aristocrática inglesa do início do século XIX. Este livro virou um clássico e estima-se que já existam mais de vinte milhões de cópias pelo mundo. Apesar de todo esse sucesso ainda me espanta como alguém pode ter a ideia de fazer uma versão deste romance com zumbis. Será mesmo que podemos adaptar qualquer livro para uma história com zumbis?

Para Seth Grahame-Smith é totalmente possível tanto que lançou o livro Orgulho e Preconceito e Zumbis  alcançando o terceiro lugar na lista dos mais vendidos do New York Times. Com tanto sucesso, para o livro virar filme era só questão de pouco tempo. Nesta versão uma misteriosa praga se abateu sobre a Inglaterra trazendo os mortos de volta a vida e com uma fome insaciável. Dentro desse contexto somos apresentados as irmãs irmãs Bennet, exímias lutadoras de artes marciais chinesas e donas de si mas com uma mãe que sonha em casá-las com algum ricaço.

O filme tinha tudo para ser um grande desastre pois a ideia tinha tantos absurdos que dificilmente poderíamos tirar algo de interessante. Mas mesmo com uma premissa tão improvável, somos apresentados a um filme divertido e com um humor bem irônico algumas vezes. As mocinhas não precisam ser salvas – elas é quem são as salvadoras dos fracos e oprimidos, fazendo qualquer veterano de The Walking Dead tremer na base. As cenas iniciais são de um vigor que nos faz acreditar que estamos diante de uma das melhores surpresas do ano no quesito terror. Mas fó só pra dar um gostinho do que NÃO teremos mais…

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Do meio para o filme, Orgulho e Preconceito e Zumbis entrega um festival de clichês e uma total mudança de foco, com as cenas finais dignas de uma novela. Aquelas mocinhas guerreiras voltam ao status de donzelas casamenteiras, a ação não empolga e até mesmo a ideia diferenciada dos zumbis semi-conscientes é deixada de lado.  Esses autos e baixos nos confunde mais do que tudo e parece uma balança de expectativas: O filme parece ser horroroso, mas quando começamos a assistir ele é bom e quando continuamos a assistir ele é ruim. É muita bipolaridade pra um único filme!


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Uma cena: A técnica de Mr. Darcy em usar moscas de carniça para saber se alguém está infectado.

Uma curiosidade: Natalie Portman foi originalmente escalado como Elizabeth Bennet, mas desistiu devido a conflitos de agenda.

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Orgulho e Preconceito e Zumbis (pride and prejudice and zombies)

orgulho e preconceito e zumbisDireção: Burr Steers
Roteiro: Burr Steers, Jane Austen, Seth Grahame-Smith
Elenco: Lily James, Sam Riley, Bella Heathcote, Bella Heathcote, Jack Huston
Gênero: Terror, Romance.
Ano: 2016
Duração: 107 min.

Dani Vidal

Uma criatura meio doida que lembra a irmã do Ferris Bueller, finge que é nerd, adora filmes de terror mas tem medo de comédias românticas.

3 comentários sobre “Crítica | Orgulho e Preconceito e Zumbis (Pride and Prejudice and Zombies)

  1. Li o livro e a ideia era até divertida, mas no final das contas os zumbis eram totalmente desnecessários e parecia que você estava lendo novamente Orgulho e Preconceito. Confesso que a ideia do filme me pareceu bacana e apesar de parecer que não é lá essas coisas estou com uma curiosidade mórbida de assistí-lo

  2. eu realmente gostei do filme em si, principalmente depois do fiasco que foi o “como sobreviver a um ataque zumbi”, me dá arrepio só de lembrar que perdi meu tempo assistindo aquilo!

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