Crítica | Os 33

Crítica | Os 33

O mundo inteiro acompanhou o resgate dos 33 mineiros chilenos soterrados na Mina San José, no deserto do Atacama, em 2010. Apesar de sabermos de antemão que eles conseguiram sair dessa situação extrema com vida, o filme emociona e faz uma singela homenagem a esses heróis nacionais.

O fato de Os 33 ser falado em inglês atrapalha um pouco nossa imersão, mas aos poucos vamos nos acostumando. Esse é um dos aspectos que supostamente foram utilizados para tornar a experiência mais atraente para o público internacional. É a tal da hollywoodinização. Pelo menos, a trilha sonora com tons Andinos e as referências a algumas particularidades da cultura chilena contextualizam melhor as coisas.

O primeiro ato introduz e desenvolve alguns personagens. Não há tempo para mostrar quem são todos os 33. Temos Antonio Banderas como Mario Sepúlveda – o mineiro que assume o papel de líder do grupo, o boliviano recém-chegado, o jovem que está prestes a se tornar pai, o homem que tem uma amante a poucos metros de casa, o idoso que vai se aposentar e um técnico que alerta os donos da mina sobre a falta de segurança momentos antes de iniciarem a fatídica descida.

A cena do desmoronamento é arrebatadora. A diretora Patricia Riggen foi capaz de transmitir toda a imensidão e a urgência do desastre, mostrando saber utilizar os efeitos especiais para o benefício do filme. Mais de 700 metros abaixo da terra e várias toneladas de rochas bloqueando qualquer saída. Depois de descobrirem que estão vivos, vem a parte mais difícil. Como sobreviver lá embaixo com comida para apenas três dias?

Os 33 alterna sequências dos mineiros soterrados e outras na superfície com a mobilização para o resgate. Há toda uma situação inicial de dúvidas e desespero dos familiares por respostas. Não me lembro exatamente como aconteceu, porém não acredito que alguém cogitou desistir de resgatá-los. Foram feitas algumas mudanças para adicionar carga dramática ao filme. Nem sempre funciona, afinal sabemos que eles vão escapar. Em vários momentos surge alguém dizendo que o resgate é impossível ou acontece algum imprevisto. Um tanto desnecessário.

A trama poderia ter investido mais tempo nas dificuldades dos mineiros, no medo de não conseguirem sobreviver e nas conversas que eles tiveram lá embaixo. Em termos de atuações, destacam-se o intenso Antonio Banderas, Lou Diamond Phillips e um sólido Rodrigo Santoro.

Mesmo com os excessos hollywoodianos, Os 33 consegue captar a emoção dessa história de sobrevivência, que foi notícia ao redor do planeta. Quem não vibrou com o resultado positivo? Eis a chance de revive-la na telona. Infelizmente, fica a sensação de que o material não foi tão bem aproveitado.

***Classificação***


Título original: The 33
Ano: 2015 os-33-cartaz
Duração:
120 minutos
Diretor:
Patricia Riggen
Roteiro: Mikko Allane, Craig Borten, Michael Thomas
Gênero: Drama
Elenco: Naomi Scott, Antonio Banderas, Lou Diamond Phillips, Rodrigo Santoro
Info: IMDb

 

 


Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

6 comentários sobre “Crítica | Os 33

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