Review | Fear The Walking Dead – 1×06: The Good Man

Review | Fear The Walking Dead – 1×06: The Good Man

Carnaval zumbi, cozinha do inferno, renúncias, uma morte trágica e que vai deixar saudades, brutalidades e um (ex) bom homem, teve de tudo no último episódio desta curta 1º temporada de Fear The Walking Dead. A season finale preparou muito bem o terreno para a segunda temporada, que será lançada em 2016 e terá mais episódios, e agora vai deixar espaço para o retorno da 6º temporada de Walking Dead.

Ainda existe espaço para um bom homem ou boas coisas no mundo que está se acabando como em Fear The Walking Dead? Essa é a grande pergunta que é respondida nesse excelente episódio final.

[button-red url=”#” target=”_self” position=”left”]Aviso de SPOILERS[/button-red]

Os comentários abaixo contam os acontecimentos presentes em The Good Man, o 6º episódio da 1º temporada de Fear The Walking Dead

#FearTWD (S01E06) – The Good Man

A abertura mostrando o estádio lotado de infectados com uma música ‘tranquila’ ao fundo está ali para preparar o nosso medo. Medo do que está por vir e medo por algumas pessoas que não viram que foram abandonadas pelos militares, como uma família que passa jantando alegremente como se nada estivesse acontecendo enquanto nossos personagens estão deixando o seu lar.

Como é difícil deixar o lar, não é mesmo? Na busca por salvar o resto dos familiares e agregados que estão no hospital, Travis, o nosso bom homem aqui, toma uma decisão que vai lhe trazer consequências ao final do episódio. O mundo ainda tem espaço para homens como Travis, que fazem o certo e o bem ou precisaremos de mais “loucos” como Salazar?

Trouxe uns amiguinhos :)
Trouxe uns amiguinhos 🙂

Sim, Salazar é totalmente insano. Afinal, aquela sua chegada triunfante frente aos militares em que ele inclusive os aconselha a guardar munição para o que estava vindo logo atrás demonstra bem o tipo de pessoa que ele é. Andando calmamente na frente de uma horda IMENSA de zumbis.

Liza, a brutal

Enquanto Travis, Madison, Salazar e os jovens ainda refletem sobre a decisão (unilateral do professor) de não trazer Andy junto com eles e o liberar de uma morte certa, no hospital a Dra. pede que Liza seja brutal. Liza responde com veemência que sim, é brutal e já entendeu o tipo de pessoa que aquele mundo precisa, ao mesmo passo que cobra pela promessa de ter seu filho de volta.

O exército começa a fazer o que sabe de melhor, salvar a sua própria pele deixando os civis de de lado. Fato que não difere muito do que Chris e Alicia enfrentam com um pequeno grupo de militares que vem pegar o carro deles. Essa cena é impressionante, a química que os dois jovens estão desenvolvendo é muito boa, e se num mundo normal a mulher já é objetificada, imagine num prenúncio de apocalipse o que eles querem com ela, não é mesmo? Triste.

A Cozinha do Inferno

A tensão das cenas do Hospital estão entre as melhores coisas já realizadas em Fear The Walking Dead. Direção e atuações impecáveis capazes de taquicardiar o espectador com doses altíssimas de suspense. Sejam nos corredores, sejam com portas que custam a serem abertas enquanto uma horda de infectados surge, a verdade é que, aos poucos, vemos o grupo sendo montado.

Abre a porta mariquinha
Abre a porta mariquinha

Existe uma sequência na cozinha que é incrível, a verdadeira cozinha do inferno com lutas impressionantes e muita brutalidade, não só de Liza, como dos outros personagens também. Strand, o distinto genial e maluco novo personagem da série já começa a se “enturmar”. Indo na contramão está a Dra. que, acreditando não ter mais escapatória, tenta dar um fim “digno” aos seus pacientes enquanto desiste de Fear The Walking Dead, até mesmo porque ela estará na segunda temporada de “The Returned”.

A Mão que Balança o Queixo

Se tínhamos um bom homem em Fear The Walking Dead e se ele era mesmo o Travis, em mais uma cena impecável, a consequência da sua decisão no início do episódio aparece em sua frente e ele, incrédulo, parte para seu momento de fúria. Andy realmente deveria ser morto ou trazido junto a eles como Salazar instruiu e, infelizmente, pagou caro (tá, Ofélia não morre com o tiro) pela fraqueza de quem não acreditou em sua decisão, ou melhor, quem não teve pulso na hora que deveria ter.

As mãos trêmulas de Travis enquanto Madison e os demais olham perplexos para a sua atitude dizem tudo sobre essa sequência. A respiração da moqueca de Andy que fica ao chão mostrou que a morte do bom homem vem em um momento importante.

Abigail

A cena de fuga de todos do complexo hospitalar é trazida de forma muito bela, ao longe a cidade ruindo, nas janelas do carro vento na cara e uma música digna de finais de belos filmes do gênero roadtrip.

O destino da viagem é uma mansão na praia de Strand (ou seria do Tony Stark?). Praia, calmaria e bem longe no mar Abigail. Uma embarcação que parece ser a saída genial que Strand estava guardando como carta na manga desde o dia que conheceu Nick, que num grupo de RPG seria o ladino. Abrace a loucura, este é o principal ensinamento que Strand deixa como legado nesse início de jornada rumo ao desconhecido.

Na mansão Stark
Na mansão Stark

Para Madison a sensação de não pertencer a mais nenhum lugar, já que eles não possuem mais um lar e nenhum local do planeta parece ser mais seguro, é uma das piores coisas que poderiam lhe acontecer. Para Chris, o mundo sempre foi assim.

Um Homem Pronto para o que der e vier.

Liza infectada foi um golpe duro para o desfecho do episódio e dessa primeira temporada. O peso de sua morte vai repercutir para quase todos do grupo. Liza já compreendeu o mundo mas será que todos estão preparados para o que precisará ser feito daqui em diante? Madison que sempre foi durona e decidida estaria pronto para por um fim? Acredito que sim, mas é aí que o bom homem entra em cena, depois da lição que aprendeu de forma muito cruel, e entende o peso da morte. A cena final é espetacular, assim como foi esse episódio de desfecho de Fear The Walking Dead que vai deixar muitas saudades.

A série que começou numa verdadeira pocilga de drogados terminou numa linda casa de praia. Se fosse qualquer outra produção teríamos aqui um final feliz, mas não, em Fear The Walking Dead, o medo impera no novo mundo que não é mais um lugar para bons homens.

marciomelo

Baiano, natural de Conceição do Almeida, sou engenheiro de software em horário comercial e escritor nas horas vagas. Sobrevivi à queda de um carro em movimento, tenho o crânio fissurado por conta de uma aposta com skate e torço por um time COLOSSAL.

3 comentários sobre “Review | Fear The Walking Dead – 1×06: The Good Man

  1. Não li para não ter nenhuma ideia plantada sobre o que estou observando até agora na série. Acho que tem um grande potencial de desenvolvimento se bem conduzida. Ao contrário de alguns comentários achei muito boa nessa introdução e aguardo com boa expectativa como irá desenrolar-se no futuro.

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