Pacific Rim 2: Embate gigantesco entre pesos pesados do cinema interrompe a sequência

Pacific Rim 2: Embate gigantesco entre pesos pesados do cinema interrompe a sequência

Um desentendimento entre a produtora Legendary Pictures e o estúdio Universal pode ter como dano colateral a interrupção da sequência de Pacific Rim.

Segundo o site THR a briga começou por conta entre Thomas Tull – CEO da Legendary – e Donna Langley, executiva da Universal. Segundo relatos Thomas Tull é famoso por ser falastrão, e costumar tomar os créditos por produções em uma proporção que não condizem com a efetiva participação da sua produtora no desenvolvimento de alguns projetos. Comenta-se, por exemplo, que uma declaração de Tull de que eles – a Legendary – teriam sido responsáveis pelo sucesso dos filmes de Batman de Christopher Nolan teria causado um imenso mal estar. Situações como essa teriam precipitado o afastamento da Legendary com a Warner Bros – com quem possuíam uma parceria prévia, e a partir da qual, inclusive, haviam produzido Pacific Rim.

Parece que as relações de Tull com seu parceiro não costumam ser das melhores, e o recente sucesso de bilheteria de Jurassic World acabou colocando o estúdio Universal em uma posição de privilégio de poder escolher a dedo em que projeto deverá ou não investir.

Colocando a questão de forma bastante sucinta, parece que Donna Langley nunca foi muito com a cara de Tull – que de fato não parece ter fama de muitos amigos no meio – e com a vantagem financeira a seu favor, decidiu deixar de financiar diversos projetos da Legendary, que poderiam não ser considerados muito lucrativos. O primeiro Pacific Rim, por exemplo, apesar de ter sido um enorme sucesso, custou muito caro, e acabou não sendo um projeto dos mais lucrativos.

Pacific-Rim-Gipsy-Danger-FallDanger, Will Robinson!! Danger!!

Assim, Pacific Rim 2, que estava com data de lançamento prevista para Agosto de 2017, perdeu o apoio de financiamento da Universal, obrigando a Legendary a financiá-lo por conta própria se quiser produzi-lo. Como se trata de um projeto muito caro, as notícias já dão conta de que a Legendary interrompeu o projeto por tempo indeterminado, o que pode implicar em um cancelamento em definitivo, no final das contas.

Curiosamente, Tull colocou o projeto da sequência do excelente longa de Guillermo del Toro em suspenso, para poder jogar suas fichas em outro projeto que envolve monstros gigantes. A Legendary irá produzir um filme que apresentará o embate – o possível aliança, claro – entre King Kong e Godzilla. Como a ironia é de praxe na indústria do cinema, a Legendary produzirá o projeto em parceria justamente com a Warner Bros com a qual havia se desentendido tempos antes.

O projeto parece mesmo envolver o desenvolvimento de um universo compartilhado de monstros, no qual Kong e Godzilla se encontrariam, se enfrentariam e eventualmente uniriam forças contra ameaças “maiores”. A diferença de tamanho entre Godzilla e King Kong não parece ser considerada como um obstáculo para o embate pela produtora que, segundo Tull, já teria encontrado uma solução bastante criativa para tanto. Tull já vinha trabalhando nessas ideias há algum tempo, ao que parece, e por King Kong já ser uma obra de domínio público, a Legendary não teve muita dificuldades em levar o projeto para a Warner – que atualmente detém os direitos de Godzilla – para enfim poder concretizá-lo. A propósito, a misteriosa organização de Godzilla, a Monarch, da qual Ken Watanabe fazia parte, já era mencionada no roteiro do filme de King Kong que estava sendo desenvolvido pela Legendary – intitulado até então de Kong: Skull Island -, o que não agradara muito a Warner Bros no momento mas agora, após a parceria ter sido firmada, evidentemente não é mais um problema.

Enfim, parece mesmo que o Gipsy Danger foi nocauteado no meio do fogo cruzado entre King Kong e Godzilla. Por ora só nos resta torcer para que o universo de monstros que parece se desenhar no horizonte tenha espaço também para os Jaegers, ou que o mesmo seja lucrativo o suficiente ao ponto de permitir a Legendary financiar a tão merecida continuação de Pacific Rim.

Mário Bastos

Quadrinista e escritor frustrado (como vocês bem sabem esses são os "melhores" críticos). Amante de histórias de ficção histórica, ficção científica e fantasia, gostaria de escrever como Neil Gaiman, Grant Morrison, Bernard Cornwell ou Alan Moore, mas tudo que consegue fazer mesmo é mestrar RPG para seus amigos nerds há mais de vinte anos. Nas horas vagas é filósofo e professor.

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