Funny Girl, de Nick Hornby

Funny Girl, de Nick Hornby

Ultimamente eu tenho lido mais HQs do que livros, mas quando um dos meus autores favoritos lança um novo livro tive que correr atrás. Funny Girl, novo trabalho de Nick Hornby, foi lançado em 2014 e chegou ao Brasil em março. Comprei pouco depois do lançamento e fiquei enrolando para começar a ler, mas também quando comecei não consegui parar. Talvez tenha sido o livro dele que levei menos tempo para ler. Isso significa algo? Acho que sim.

Hornby e o cinema

Seu livro anterior “Juliet, Nua e Crua” voltou a focar num tema que tinha virado sua especialidade: música. Apesar de ter gostado não me empolguei muito, tanto que nem cheguei a escrever nada sobre ele no meu blog Turminha do Ramon que li. O próprio Hornby aproveitou para mudar um pouco e se arriscou no mundo do cinema.

Ele escreveu recentemente o roteiro de “Livre”, no qual ele adaptou o livro de Cheryl Strayed. Antes ele escreveu “Educação”, outra adaptação de livro, que lhe rendeu inclusive uma indicação ao Oscar. A trama se passava nos anos 60 e acabou servindo de inspiração para seu novo livro.

Nick_Hornby

Anos 60

Funny Girl” é a história de Sophie Straw, uma jovem que após ganhar o prêmio de miss da sua cidade natal se dá conta de que não é isso que ela quer da vida. Seu sonho é se tornar comediante e sua grande inspiração é a atriz Lucille Ball, estrela da sitcom americana “I Love Lucy”. Então ela resolve se mudar para Londres.

Não gosto de contar muito para não estragar a trama, mas a própria sinopse do livro entrega essa parte então o jeito é falar um pouco mais sobre a história. Após alguma dificuldade ela consegue a vaga num programa de tv. Aí é que começa a trama de verdade.

O livro é na verdade sobre os envolvidos no programa de tv “Barbara (e Jim)” estrelado por Sophie. Temos o ator Clive que estrela o programa ao lado dela, a dupla de roteiristas Bill e Tony (ambos gays, mas Tony é casado com uma mulher) e Dennis, o produtor.

barbara-jim

Feminismo e outros temas do livro

Pela diversidade de personagens já da para perceber que o livro irá abordar diversos temas. A começar é claro pela protagonista feminina. Ela é uma mulher muito bonita, então ela tem dificuldade em ser levada a sério e também em conseguir o emprego de atriz comediante já que todos querem oferecer anúncios que envolvam explorar a sua beleza. Se até hoje o machismo ainda existe, imaginem nos anos 60.

Em entrevista para a Folha de São Paulo, Hornby fala da importância das mulheres em sua carreira e de como a atriz Rosamund Pike (Garota Exemplar) serviu de inspiração. Eles trabalharam juntos no filme “Educação” e ela comentou ninguém deixava ela ser engraçada, justamente pelo fato de ser bonita. Felizmente o diretor Edgar Wright deixou ela participar da comédia “Heróis de Ressaca” (risos). E sim, Sophie, a protagonista do livro, também conseguiu fazer o que queria.

Temos também a questão da homossexualidade dos roteiristas Bill e Tony, afinal de contas se ainda hoje o tema ainda é um tabu imaginem nos anos 60 quando existia uma lei em que era proibido ser gay. Ou seja, o livro aborda temas delicados de maneira muito inteligente e interessantes.

Referências pop

Obviamente que não seria um livro de Nick Hornby sem as referências pop. Apesar de ser uma história de ficção ela se passa no mundo real. Então temos referências a temas que estavam na moda nos 60 como música, cinema e claro, televisão. Algumas dessas referências até tem direito a uma foto dentro do livro para ilustrar melhor, como algum local que os personagens visitam. Isso já ajuda, mas qualquer coisa uma rápida consulta no Google resolve o problema.

Classificação

Não sou muito bom em dar notas de avaliação. Apesar de ter me acostumado a fazer isso com filmes acho mais complicado para música, livros e games por serem uma experiência diferente e mais “elaborada”. Afinal de contas um filme tem “apenas” 2 horas, enquanto esse livro eu levei algumas horas para concluir a leitura que se não se concentrou em apenas 1 dia.

Os livros de Nick Hornby sempre trazem uma leitura fácil e interessante que funciona de maneira leve e descompromissada sem deixar de ser inteligente. Aqui ele volta a acertar a mão e talvez seja um de seus melhores livros (sendo que eu li praticamente todos). Acho que foi boa a experiência no cinema para expandir seus horizontes como artista e escritor. Assim voltar ao voltar a escrever um livro lhe deixou em forma novamente.

***Classificação***


 

funnygirl-capaTítulo Original: Funny Girl (2014)
 Autor: Nick Hornby
 Tradução: Christian Schwartz
 Editora: Companhia das Letras
 Número de páginas: 424

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Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

3 comentários sobre “Funny Girl, de Nick Hornby

  1. Também estou nessa pegada, lendo mais HQs do que livros.

    Não chego a ser fã de Nick Hornby, mas gostei dos trabalhos que ele fez pro cinema. Parece ser interessante.

  2. Deu vontade de ler! Eu ao adoro Hornby, mas desse aí eu ainda não tinha ouvido falar direito. Vou botar ele aqui na listinha! =D
    (PS: Eu ~adorei~ a escala de classificação em bacons! Meio autofágico, mas representa bem uma coisa bôua!)

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