Review | Fear The Walking Dead – 1×05: Cobalt

Review | Fear The Walking Dead – 1×05: Cobalt

Se você chegou até aqui já entendeu muito bem a proposta de Fear The Walking Dead e já sabe qual o real medo que os personagens aqui precisam enfrentar. O 5º episódio (e penúltimo) desta 1º temporada deixa um gancho para o final da temporada espetacular.

[button-red url=”#” target=”_self” position=”left”]Aviso de SPOILERS[/button-red]

Os comentários abaixo contam os acontecimentos presentes em Cobalt, o 5º episódio da 1º temporada de Fear The Walking Dead

#FearTWD (S01E05) – Cobalt

Cada decisão tomada, cada passo dentro de um cômodo, cada virada de esquina, todos os movimentos trazem uma tensão enorme para quem está acompanhando Fear The Walking Dead. Este 5º episódio foi agonizante de se acompanhar tanto pelas decisões tomadas quanto pelas omissões de alguns personagens.

Travis é apenas um professor de literatura inglesa que, para os soldados da Guarda Nacional (e para a gente que está assistindo), parece ainda não ter compreendido a real dimensão das coisas. Quando ele tenta resolver à sua maneira, na diplomacia que toda a sua “autoridade” como prefeito do condomínio permite, acaba sendo levado para um passeio que, a certo ponto, se tornará o seu rito de passagem para o início do apocalipse.

Não é um humano Travis. Tripé e mira automática à sua disposição, é só puxar o gatilho, mas não esqueça de deixar a boca aberta para compensar a pressão e não descolar a sua retina. Kimberly, ele lê no crachá da ‘infectada’. Ele já entendeu o problema, mas ainda é um professor de literatura inglesa. Aconteça o que acontecer, não saia do veículo. A gente sabe o que ele vai fazer não é? Tensão. Meu coração bombeado por veias hipertensas não aguenta.

Dentro do condomínio Madison prefere se omitir ao que Salazar deixa claro que vai fazer com o paquera de Ofélia. Parece simples ela simplesmente sumir da casa e esperar pelas respostas. Até as decisões não tomadas, claro, depois do velho clichê de descer para o porão escuro para ver que barulho era aquele, são difíceis. Se omitir as vezes é necessário para proteger a sua família. Ético não é, mas essa danada foi aniquilada assim que o vírus começou a se espalhar. Ética, não é mais moeda de troca.

No apocalipse Madison ouve Pablo do Arrocha. Sofrência.
No apocalipse Madison ouve Pablo do Arrocha. Sofrência.

Salazar através de sua barbearia demoníaca descobriu o plano da Guarda Nacional. Cobalt, qual o seu real significado? Enquanto ele obtêm as respostas o núcleo malhação passa por seu momento de desforra. Existe uma crítica muito superficial da sociedade ali, que logo é esquecida com o olhar que o jovem Chris faz para Alicia.

No hospital muita coisa interessante aconteceu também, em especial a presença de um novo personagem que parece já ter nascido para estes tempos. No lado horror show já bastaria todo o sangue e a situação precária e emergencial que encontram-se enfermeiros, pacientes e a Doutora ‘chefe’, mas Fear The Walking Dead sabe trabalhar bem os nossos medos e ansiedades. Aquele falatório de Griselda – que àquela altura já tinha perdido o pé – em espanhol é assustador por si só. Para fechar seu ciclo com chave de ouro, uma arma pneumática (que já foi utilizada de forma maestral no excelente “Onde Os Fracos Não Tem Vem“) surge como um final elegante ante a agonia de se tornar um morto-vivo. Ponto para a enfermeira quebra-galho Liza Ortiz. Mais uma mulher forte e decidida da série.

O melhor episódio até aqui!

Se Cobalt já tinha tudo que um grande episódio precisa ter para se destacar dos demais, muita tensão, angústia, sangue, dramas familiares, verdades sendo aceitas, omissões oportunas e até mesmo um pouco de sensualidade latente, ele se encerra de maneira espetacular com o plano da Guarda Nacional começando a ser executado e Salazar descobrindo que a batida ritmada que se esconde atrás de portões que, sim, vão ceder logo logo, vai fazer o seu coração e os nossos acelerarem a mil no episódio final que se chamará “A Good Man“.

Não Salazar, não é o ensaio do Olodum.
Não Salazar, não é o ensaio do Olodum.

Um bom homem é a última coisa que os tempos que se aproximam e, confesso, achei que fossem demorar um pouco mais de se tornarem tão apocalípticos, precisa. Aposto que o termo bom será empregado de uma maneira muito mais assustadora e especial. Fear The Walking Dead já está deixando saudades nessa curta e muito boa primeira temporada.

marciomelo

Baiano, natural de Conceição do Almeida, sou engenheiro de software em horário comercial e escritor nas horas vagas. Sobrevivi à queda de um carro em movimento, tenho o crânio fissurado por conta de uma aposta com skate e torço por um time COLOSSAL.

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