Fear The Walking Dead, primeiras impressões

Fear The Walking Dead, primeiras impressões
Lexi Johnson as Gloria - Fear the Walking Dead _ Season 1, Episode 1 - Photo Credit: Justin Lubin/AMC

Como será que se deu o início de todo o apocalipse zumbi apresentado em The Walking Dead? Derivada de um dos maiores sucessos do canal AMC, Fear The Walking Dead é ambientada no mesmo universo e funciona tanto como um spin-off quanto uma prequel da série ‘original’. Centrado nos dramas de uma família disfuncional, o seriado explora o início do apocalipse dos mortos vivos a partir de um súbito surto que começa a ameaçar a pouca estabilidade que resta à supervisora de Ensino Médio Madison Clark e o professor de inglês Travis Manawa.

A ideia de apresentar o início do apocalipse zumbi é um dos maiores acertos de Fear The Walking Dead. O mundo ainda está ‘funcionando’ quando os primeiros indícios que algo estranho está acontecendo surgem. E é claro que muitos não compreendem e não assimilam rapidamente o que está rolando. São sirenes tocando a todo instante, polícia indo de um lado para outro, aulas sendo canceladas e helicópteros tomando os ares enquanto poucos começam a tomar alguma atitude diante deste cenário.

Na internet um vídeo rapidamente se espalha e a reação das pessoas é se chocar com o tratamento dado pelos policiais diante de um sujeito que, mesmo alvejado por diversas balas, custa a ‘morrer’.  É muito interessante fazer um paralelo com o mundo real e perceber que a reação de muitos, provavelmente, seria a mesma. Por mais que o espectador em alguns momentos possa até se irritar com a atitude de alguns personagens, é preciso compreender que eles ainda não sabem o que está acontecendo e o que lhes aguarda.

Primeiras impressões

Os 3 primeiros episódios já conseguem dar uma boa ideia do que esperar da primeira temporada que terá, assim como a série na qual foi derivada, apenas 6 episódios. A segunda temporada já foi confirmada para 2016 e será mais recheada tendo 15 episódios.

O piloto de Fear The Walking Dead, por mais que tenha sido um pouco morno, já consegue apresentar bem os primeiros personagens, uma família que tenta se acertar enquanto acompanham um vírus misterioso perturbar a ordem na cidade de Los Angeles. Na linha de frente pessoas comuns, uma mãe (Kim Dickens) viúva e com dois filhos, Nick que tem sérios problemas com drogas e Alicia. Do outro lado um pai divorciado, um professor que tenta se relacionar com seu filho de 16 anos de um outro casamento.

Um dia normal de passeio com a família
Um dia normal de passeio com a família

Os primeiros contatos com os infectados são bastante perturbadores, até porque os personagens não estão (ainda) sabendo lidar com a situação. Logo outros casos começam a surgir até culminar em uma multidão protestando contra a polícia que, na visão deles, está assassinando pessoas inocentes sem motivos, e o professor Curtis logo se abriga em um antiga barbearia com sua ex-mulher e filho no segundo episódio. Lá somos apresentados a mais um núcleo familiar, os Salazar, composto por um coroa durão, uma mulher religiosa e sua filha (aparentemente) indefesa.

Existe uma cena logo nesses primeiros momentos da série que apresenta um policial enchendo a mala do carro com galões de água que é impactante demais. Aos poucos os personagens vão percebendo que as coisas estão fora de ordem. O sinal do celular começa a sumir, as luzes começam a se apagar e é aí que o pânico começa a tomar conta de todos.

O terceiro episódio intitulado ‘The Dog‘ é um pouco mais tenso que os dois primeiros já que o bicho, literalmente, começa a pegar enquanto eles tentam por em prática o plano de fugir para o deserto, local onde imaginam ser mais fácil de evitar todo o contágio com os infectados.

Enquanto Rick dorme…

Criado por Robert Kirkman e Dave Erickson, Fear The Walking Dead se passa paralelo ao tempo em que Rick está em coma antes de acordar sozinho no Hospital na série original. Muitos fãs sempre se perguntavam como tudo começou e, os próprios criadores e produtores da série sempre quiseram se sentir mais ‘livres’ das amarras com as HQs. A ideia de criar novos personagens em outro lugar bem distante dos personagens de The Walking Dead e compartilhar o mesmo universo acaba se mostrando uma grande chance deles destilarem tranquilamente seu processo criativo.

É muito mais sobre como tudo começou, do que propriamente qual foi a causa do vírus e de onde ele realmente surgiu. Das drogas usadas entre os jovens? Da água que já estava contaminada? Enquanto estiver nessa onda de primeiros momentos da infestação a série está prometendo muito. Resta saber se lá na frente, quando o apocalipse estiver mais instaurado (se é que vamos chegar a este momento), a série conseguirá se diferenciar da original na qual foi baseada ou cairá nas mesmas armadilhas e ideias.

Para quem se destina a série?

Aqueles que esperam mais ação e sempre reclamaram do tom mais novelesco de The Walking Dead podem se sentir um pouco decepcionados com esta série derivada, uma vez que ela explora de forma ainda mais forte os dramas familiares, deixando o apocalipse zumbi muito mais em segundo plano.

Conversa com o vizinho
Conversa com o vizinho

Fear The Walking Dead se destina muito mais àqueles que sempre imaginam como o seria o fim do mundo, ou melhor, o início do fim. A sociedade ainda não se ruiu por completo, ela está se ruindo aos poucos. É divertido também acompanhar algumas situações onde os produtores brincam com o espectador ao apresentar situações banais como se fossem grandes perigos. Até porque os ‘caminhantes’ ainda se parecem muito com os humanos, o contágio ainda está muito no início e nem sempre é fácil distinguir as coisas.

Onde acompanhar?

A série está sendo exibida no Brasil simultaneamente com os EUA pelo canal AMC Brasil (na Sky é o canal 67) aos domingos. Os dois primeiros episódios vieram apenas dublados  e uma onda de reclamação assolou as redes sociais da AMC até eles finalmente exibirem a opção com legendas em um horário decente (antes eram apenas nas reprises na madrugada ou nos dias seguintes).

O 4º episódio está prometendo um pouco mais de tensão, ainda que o final do 3º tenha deixado uma ligeira impressão de que as coisas estariam começando a se resolver. Só que todos nós já sabemos onde tudo isso vai dar, não é mesmo?

marciomelo

Baiano, natural de Conceição do Almeida, sou engenheiro de software em horário comercial e escritor nas horas vagas. Sobrevivi à queda de um carro em movimento, tenho o crânio fissurado por conta de uma aposta com skate e torço por um time COLOSSAL.

8 comentários sobre “Fear The Walking Dead, primeiras impressões

  1. Por incrível que pareça eu achei o piloto de FTWD como o melhor episódio por enquanto. As coisas estavam mais no campo das ideias e mais interessantes. Quando os zumbis estão mais próximos, parece que eles tomam umas atitudes loucas como entrar no labirinto, não falar com os filhos sobre o que viram, um fica evitando falar com o outro sobre as coisas.
    Amiguinhos, tem gente morta voltando, o exercito na rua, não dá pra ficar de novelinha.

    1. hahahhaa É mesmo Dani, mas acho que a gente acostumado com a carnificina de The Walking Dead não está assimilando bem essa turma meio “boboca” ainda. Eu acho que por ser o início do contágio as pessoas vão começar a “se ligar”.

      O episódio piloto eu achei morno mas não achei ruim não, inclusive como ele está com o mundo ainda em funcionamento é realmente um dos mais interessantes. Agora o episódio 3 acho que em termos de “ação” foi mais eficiente.

      Vamos ver no que vai dar.

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